Essa estrada me parece apertada 

Como se algo nela fosse diminuindo

E não se tratava de largura.

 

Tropeço sempre na mesma pedra 

Sem chegar ao final, vou andando

Não sei por quanto tempo vou continuar 

A olhar para essa mesma pedra, mesmo caminho.

 

Continuar a andar, correr 

Parece tudo muito inútil

E sempre tenho o mesmo

A mesma pedra de tropeço.

 

Talvez ainda não tenha aprendido a esquecer

E acabo voltando a mesma música,

Mesma foto, pessoa, lugar...

Sempre tropeçando na mesma pedra.

 

O mundo parece sumir ao meu redor 

Só o que vejo é o caminho, sem final

Sempre escutando aquela música

Sempre "conversando com a lua".

 

Estou sempre tentando chegar até você

Mas não vejo outros caminhos 

E acabo fazendo as mesmas coisas

Fazendo aquilo que você quer.

 

Talvez eu devesse olhar para os lados 

Tentar sair dessa repetição, caminhada

Mas não vou, nem quero 

Vou brincar de correr enquanto sou jovem.

 

Vou te contar sobre todas as vezes que tropecei 

Por uma pedra que você colocou de propósito

Vou te fazer me dizer qual o significado de cada coisa

Vai me dizer até onde estou indo e o por quê.

 

Vou te fazer lembrar das nossas vozes 

Cantando aquela música chata 

Aquela que sempre canto sozinho

E que você usa para me esquecer.

 

Por fim, vou andar até onde puder 

Carregando nos braços meus amores 

Amando cada parte da caminhada 

Caindo em cada pedra que você me põe

E amando cada vez que você me faz cair.