Alexandre Silva

POETAS NÃO LAMENTAM EM VÃO


Aviso de ausência de Alexandre Silva
NO

 

POETAS NÃO LAMENTAM EM VÃO

 

O poeta lamenta;

chora;

implora...

 

não por atenção;

não por fama;

não por glória!

 

E sim, pelo direito de poetizar;

de ser, e até de estar: ausente, presente;

mas, sempre, em algum lugar...

 

não precisa ser seu;

não precisa ser confortável;

não precisa, sequer, ser bem iluminado...

 

O poeta lamenta;

chora;

implora...

 

não por riqueza;

não por nobreza;

não por destaque!

 

E sim, pelo singelo status de ser poeta;

de escrever e de declamar toda a sua poética;

rodeado de ouvidos atentos a lhe escutar...

 

O lamento de um poeta não é mera coisa de se ver, nele há uma carga de poder capaz de mover o mundo seja ele real ou fictício. A poesia move o mundo: ela está no mundo; ela é o mundo!

 

Poetas não lamentam em vão: eles se permitem entristecerem-se para poder chegar no mais profundo abismo do ser de um alguém e de lá retirá-lo. Nadando de braçadas rumo ao Além-Mar de possibilidades infinitas e de alegrias incontáveis... não fingidas...

 

Poetas não choram em vão: eles buscam despertar, no coração mais endurecido que venha a existir, uma gota de esperança e um sorriso tímido no cantinho da boca...

 

Poetas não imploram em vão: eles tentam reerguerem-se do pó ao mais alto céu, seja ele da sua própria boca ou até mesmo em um papel...

 

atenção;

fama;

glória;

de nada servem para o poeta que apenas enxerga em sua poesia o poder de mudar ao menos o seu próprio mundo...

 

riqueza;

nobreza;

destaque;

de nada servem para o poeta que apenas luta com palavras poéticas: sejam críticas; irônicas ou cômicas, contra tudo e todos que o tentam derrubar...

 

O lamento de um poeta tenta transformar vidas: senão todas ao menos a sua própria, que de pouco a pouco vai se perdendo em meio a tantos desabafos; tantas palavras; tantos protestos; tantos gritos silenciosos e, por vezes, silenciados...

 

Até calado o poeta faz poesia: seu olhar fala; sua boca titubeia; trejeitos de poeta que lho faz essência poética em si mesmo para despertar no outro o que buscara outrora fazer surgir para transcender, semelhantemente, à Fênix...

 

Poesia de lamento de um poeta guerreiro, que consegue ser ligeiro em suas palavras registrar: correr sorrindo; amar poetizando; lutar sem armas; apenas falando... para se apresentar à vida de um jeito só seu...

 

Quando um poeta lamentar perto de você agradeça-o, pois, por causa dele a poesia segue viva, ativa e sendo a diferença em resgatar outras vidas de lamentos para seguirem poetizando tudo que sempre guardaram em seus corações...

 

O poeta lamenta;

chora;

implora...

 

não por atenção;

não por fama;

não por glória!

 

Ele lamenta para dar vazão à vida e a ela;

Ele lamenta para dar vazão ao amor e a ele;

Ele lamenta para deixar sair de si toda a expressão de dor externando em palavras o que em emoções e sentimentos está transbordando em seu coração...

 

O poeta lamenta;

chora;

implora...

Segue em sua trajetória sempre a poetizar; sonhar; amar...

 

Poetas não lamentam em vão...

Coração: sentimentos; emoções...

Às vidas: restaurações!

 

 

 

  • Autor: CASAVERDE (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de Janeiro de 2021 18:55
  • Comentário do autor sobre o poema: Uma reflexão a respeito do poeta frente à vida e seus desafios: uma leve (básica) explicação sobre o lamento poético e alguns dos seus sentidos.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 17


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.