Igor Sena

De Zarus a Solano

Aponta meu cabelo e diz que só causo desgosto

Que eu não sou ninguém

Todo domingo na missa falando dos outros

Mas eu fui além

 

Muito além da sua hipocrisia

Reclama de injustiça, mas lhe falta empatia

E grita aos quatro ventos

"Foda-se a periferia"

É, mesmo, o fim dos tempos

Onde reina a covardia

 

Basta olhar pro lado

Em cada esquina, ao menos um abandonado

 

Quem tem muito, desperdiça

E tem quem não come

Uns vivem na cobiça

Enquanto tem gente com fome

 

Cadê a burguesia

Com seu papo de sabedoria?

 

Enquanto o mundo cai em desespero

Sustentando o luxo de alguns,

Cenas que parecem pesadelos

Se tornam ainda mais comuns

 

Tem gente com fome!

E, de repente, todo mundo some

 

A trindade que nada vê

Nada ouve

Nada fala

Ecoa Solano do fundo da vala

 

Tem gente com fome

 

Tem gente com fome

  • Autor: Igor Sena (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de Janeiro de 2021 10:42
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 5
  • Usuário favorito deste poema: Luiz Fabrício.

Comentários1



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.