QUIMÉRICO OLHAR

Alberto dos Anjos Costa

Cego de nascença,

ele enxerga muito bem!

De sonhos se sustenta!

Vê o mundo como ninguém!

 

Não anda se lamentando,

por não poder enxergar;

com sua fé vai suplantando;

imaginando o seu pensar!

 

Mesmo cego ele vê,

pássaros ao seu redor,

em gorjeios de prazer,

inspirando-lhe o melhor!

 

O excluir de sua visão,

não o faz desanimar!

Vê estrelas na escuridão!

Vê o luar maravilhar!

 

Vê um mundo belo,

sem o mal que tanto fere!

Vê um mundo mais fraterno!

Vê a bondade que tanto serve!

 

Ele cego totalmente;

vê gaivotas no céu azul!

Vê que o mar é magnificente,

e que suas ondas são glamour!

 

A sua vista em supressão,

não extingue devaneios!

Dança sempre com emoção!

Vê o sol nascer primeiro!

 

Sua deficiência não o impede,

de fazer quiméricas viagens!

O seu sentir sempre concede,

lindas aventuras em suas miragens!

 

Silente cegueira,

de périplos e odisseias!

Que já viu muitas baleias!

Que domou já muitas feras!

 

Ausência de visão,

perseverando por vontades!

Ígneos sonhos no coração,

com sentimentos em castidade!

 

Vidas em utopias,

desbravando os sete mares;

rutilando fantasias;

abrindo asas pelos ares!

 

Porquanto, irradiando sapiência,

O cego que tudo sente,

assevera em ínclita anuência,

como vê a vida em sua mente!

 

A vida é uma odisseia,

de revezes e de conquistas!

É uma sombra que passa!

É uma estrela cadente!

É uma vitória temporária!

É uma chuva complacente!

É uma gota no oceano!

É um grão de areia do deserto!

É um meteoro que vagueia

sabendo que o seu fim é certo!

 

A vida é simplesmente uma maravilha,

de começo, meio e fim!

É uma estrela em sintonia,

com o magnificente universo sem-fim!

 

A vida! A célere vida!

Périplos de inebriantes aventuras!

Dádiva de auspicioso prospério!

Vida e morte trilhando juntas,

com incertezas, inseguranças e mistérios!

 

A vida! A efêmera vida!

Que nasce de disputa incessante,

na vontade indômita da semente!

Pináculo da vitória exultante.

 

O que é a vida?

Senão um mar de ilusões!

Em que esperanças recidivas,

vão suplantando frustrações!

 

 

  • Autor: Alberto dos Anjos Costa (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de janeiro de 2021 01:56
  • Comentário do autor sobre o poema: Você não sabe o que significa perder alguma coisa, até perdê-la.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 7


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