Espectros em amálgamas pérfidas,
solapam ilusões quiméricas,
por ciladas que se elevam lépidas,
no embate de ações tétricas!
Devaneios alteiam-se intrusos,
na quietude silente em brandura;
cingindo refletir obtuso,
na introspecção que agora vislumbra!
Vertigens vesânicas recrescem,
ações estertorantes figadais;
soçobram ímpetos e arrefecem,
o viço em rompantes temporais!
Dores alçam-se profusas,
em apatias e prosternação difusas,
obliterando vontades reclusas,
pela pandemia que tanto assusta!
A verve que foi inumada,
fomenta letargia e oclusão!
A vida morrediça e quebrantada,
susta esperanças; denegando a emoção!
Oh! Vírus sorumbático!
Que solerte corrói inexorável!
Ofuscas o luzir, impondo o enigmático;
derriba a estesia infligindo o execrável!
Ah! Esperança vivificante,
que rejubila e rejuvenesce!
A harmonia latente e claudicante,
semeia venturas e num átimo desaparece!
Cáustica pandemia beligerante,
de temores e aflições subsidiárias,
de suplícios apavorantes,
e de incertezas incendiárias!
O isolamento ancorando a solidão,
metamorfoseando-se em dores!
O repulsivo tormento em amplidão,
cinge o nefasto em olhares estertores!
Dúctil orbe transtornada,
por opróbrios fraternais!
A pandemia é propagada,
por hecatombes abissais!
Como castigo por nossas ações,
o vírus se eleva copioso,
contaminando corações,
tornando-se um réu insidioso.
Açoitada humanidade;
lançada à própria sorte!
A epidemia em crueldade,
foi o horror, trazendo a morte!
Ah! Inquebrantável tempo!
Célere e insopitável!
Como o impetuoso vento,
se dissipa pelo insustentável!
Oh, pandemia! Semeaste insegurança,
num trilhar cáustico e pungente!
O dia a dia com a fé e a esperança,
sepultou a derrota tão iminente!
Neste universo de incertezas,
onde imperam leviandades!
A epidemia foi a certeza,
de que o tesouro é a fraternidade!
Oh! Flagelo sorumbático!
Que corroeu inexorável!
Deixou o presente enigmático;
infligiu o medo execrável!
Somos confessos predadores,
criando nódoas e azedume!
Resignantes detratores,
vertendo ódios em queixume!
Deveras prostituídos,
por egoísmos e futilidades!
Sentimo-nos confrangidos,
por olvidarmos da bondade!
Oh, morte! Que tudo finda!
Que nos exime de toda culpa!
Ensina-nos, que a vida ainda;
é dádiva briosa; em que o fim se desculpa!
A vida é uma plêiade de estrelas;
de um presente nitente em ardor!
A pandemia veio voraz e sorrateira!
Adornando a morte! Sepultando o amor!
Vivenciaremos instantes funestos,
que despertarão medos e temores!
O vírus em seu invisível gesto;
empossou a covardia e dissabores!
Oh! Heróis que sucumbirão,
pela infecção dissimulada!
A pandemia matando irmãos,
em silente ação conspurcada!
Muitos serão os escolhidos;
neste exército de sonhadores!
Muitos óbitos serão assistidos,
Instituindo desgraça e muitas dores!
Virulência entronizando o desumano,
contagiando pela discriminação da velhice,
praticando o preconceito leviano,
pelo desrespeito e canalhice!
Somos poeira,
escamoteando a humildade,
grãos de areia,
introduzindo tempestades.
Moléculas em sopro,
perdendo o elo,
somos indoutos,
desperdiçando o belo.
Somos o passado,
presente e futuro,
primor marcado,
empossando o impuro.
Lépida brisa,
em telúrico passeio,
formando ventania,
no paraíso em esteio.
Somos estrelas,
nascendo e morrendo,
vontades guerreiras,
que o tempo vai vencendo.
Desventuras abraçam o isolamento,
com a pútrida ação contra o idoso,
que sente o travo do confinamento,
pelo desprezo tão doloroso!
Injustiças! Quantas injustiças!
O mundo já fomentou!
Esperanças morrediças,
pelo desamor que se alastrou!
Nesse sistema de hipocrisias,
Onde a indignidade é o deslumbre!
Solapa a sapiência e a põe em paralisia,
Excitando o insano que a transfunde!
Como posso não me impactar com a pandemia!
Se a morte nos observa noite e dia!
Como posso não me sentir destroçado!
Se o que vejo é o alento sendo derrotado!
Inerentes vaidades!
Presunçosa! Convencida!
Soberba em disfarce!
Vaidades consumidas,
pelo individualismo em enlace!
Ela finge inexistência;
considera-se em humildade!
Ela é cega por excelência;
se esconde em virtuosidades!
Será que aprenderemos,
nessa angustiosa provação?
Que a pandemia faz nós sofrermos,
se não tivermos o amor no coração!
Oh, ambições!
Desprezíveis e necessárias!
Idealizadora de ações,
instigantes e arbitrárias!
Somos seres insaciáveis;
no afã de ter sempre mais!
As conquistas inadiáveis,
deixam-nos brutos animais!
Porquanto, lutamos tanto,
para não levarmos nada!
A vida é um terno encanto!
A morte é o fim da jornada!
Ah! Inquebrantável tempo!
que passa célere e insopitável!
Somos como o impetuoso vento,
que se dissipa pelo insustentável!
Açoitada humanidade;
lançada à própria sorte!
A pandemia em crueldade,
mostrou o horror, trazendo a morte!
Oh! Quanta insegurança,
num trilhar cáustico e pungente!
O dia a dia com a esperança,
traz o coração sempre contente!
Fim da pandemia,
nos incute reflexões,
que a solidariedade é a garantia
do amor sem divisões!
Como posso depois dessa quarentena,
não apregoar a vitória por mais um dia!
Se muitos não estarão aqui, para vivenciar a aurora que refulgia.
Como posso recalcitrar contra o amor!
Se depois da pandemia a compaixão mitiga a dor.
Sapiente, em átimos de ínclita percepção,
Como posso olvidar de meu sentir,
se a vida é uma vitória temporária,
sobre o tempo munificente que me faz persistir!
Oh! Imperdoável engodo;
em um mundo dividido!
Este paraíso é um todo!
O amor é decisivo!
- Autor: Alberto dos Anjos Costa ( Offline)
- Publicado: 9 de janeiro de 2021 19:40
- Comentário do autor sobre o poema: Neste momento difícil em que a Pandemia ceifou vidas, e subtraiu sonhos, alegrias e felicidades. Expresso os meus sentimentos aos 200.000 brasileiros que partiram levando seus sonhos, alegrias e felicidades em desejo.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
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