TANTAS VEZES

Alexandre Silva


Aviso de ausência de Alexandre Silva
NO

 

TANTAS VEZES

 

Tantas vezes olhei para dentro de mim e vi você

incompleta e indefesa: liberdade...

Tantas vezes olhei para dentro de você e me vi

incompleto e indefeso: eternidade...

 

Diante de Deus! Que dizem existir

sigo sem entender o tudo que há em mim,

mas entender para que se tudo não passa de que mera...

tudo não passa de conflitos que, vindos de dentro, apenas me deixam ainda mais frustrado.

 

Tantas vezes olhei tentando encontrar soluções para todos eles: para todos os meus eus conflitantes em mim mesmo;

que sucumbem aos poucos o todo, e o tudo, de sonhos e desejos intermitentes que partem de mim mesmo: desabafos; desapegos...

 

Liberdade falseada, e mascarada, indo em direção ao nada buscando completar-se com o que há de mais vazio, frio... Um pequeno rio é avistado e em sua borda me peguei a descansar... refletir...

 

Eternidade temporária de desejos inviáveis às condições que disponho nesse momento pandêmico de variáveis indisponibilidades, inconclusivos pensamentos que conflitam com os tantos momentos de sonhos a serem realizados.

 

Pandêmica necessidade de ressurgir das cinzas semelhantemente à Fênix, que, “mitológica ou não”, nos prova o quanto é possível essa tal: superação...

 

Tantas vezes precisei de ajuda: de guarida;

de uma palavra amiga;

Nunca as tive!

Ninguém jamais parou para me ouvir

e entender-me como realmente eu precisava que o fizessem.

 

Palavras não são ditas por mero ato de fala:

sempre há algo a ser abstraído e o não dito estará presente

e disponível às interpretações mais diversas. Desconexas, às vezes, porém, necessárias.

 

Palavras não voltam vazias e sempre deixam suas marcas:

é uma "marca d'água” sempre presente como plano de fundo

de um ciclo comunicacional rotativo e variado, contudo, necessário...

 

Tantas vezes discutiu-se isso;

Tantas vezes desconsiderou-se isso;

E agora, portanto, só nos restam cobranças...

 

Pandêmica necessidade de ressurgir das cinzas semelhantemente à Fênix, que, mitológica ou não, nos prova o quanto é possível essa tal: superação...

  • Autor: CASAVERDE (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 5 de janeiro de 2021 13:40
  • Comentário do autor sobre o poema: Numa fase pandêmica como a que estamos vivenciando torna-se válido o registro de alguns momentos nossos de cada dia.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 24


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.