Marcellus Augusto

Esperanças para um ano diferente

Eu não sei se a realidade é real ou ilusão,

Mesmo sendo contraditório essa questão,

Nesse último ano que passou estive tão distante da objetividade,

Preso no meu mundo real, ao ponto que eu não sei o que seja real de fato:

Se é a subjetividade que habita aqui dentro, ou a objetividade dura e cinza que existe ali fora. 

Na minha mente passam tantas ideias, 

Tantas histórias, 

Tantas versões minhas, 

Tantas conquistas que não foram realizadas,

Tantos sonhos que jamais serão concretizados,

Tantos beijos que não dei e que não terei, 

Tantos abraços quentes que não receberei,

Tantas confissões de amor que nunca escutei,

Tantas experiências que não tive e, talvez, nunca terei. 

Sinto que tudo acontece dentro de mim, mas nada acontece no meu eu "do lado de fora", 

Estou sem rumo, 

Sem caminho, 

Sem trajeto, 

Sem jornada, 

E a sensação que eu tenho é que nada pode me ajudar. 

Apelo aos astros, eles pouco me dizem, 

Converso com Deus, mas não obtenho respostas, 

Troco longas conversas com meu interior, mas só encontro outro homem perdido. 

Queria escrever poemas felizes, mas não posso, 

Queria contar histórias alegres e rimas leves, mas não consigo. 

Meu ano novo não teve abraços, amigos, lembranças ou risadas, 

Muito menos longas conversas, 

Estava sozinho no meu quarto, 

Esperando mais um ano passar,

Silenciado no meu interior, 

Enquanto escutava um som alto com as vozes dos meus vizinhos cantando e rindo, 

Junto desse som, eu escutava os fogos de artifício 

Unido com uma esperança de ano diferente, 

Enquanto, eu, por outro lado, esperava silenciado todo aquele momento passar, 

Não era uma comemoração ativa, efusiva, intensa,

Era cinza, fria e sem muitas inspirações, 

Esperando que tudo seja diferente.

Saio de 2020 em ruínas, 

Mas olho, com a boa esperança que há em mim, que são nas ruínas que construímos grandes palácios, 

Que são nas ruínas que transformamos o nosso ser, 

Mudamos o nosso destino, 

Enganamos os anjos da morte, 

Nos regeneramos como pessoas e encontramos o bem. 

É nessa esperança, talvez infantil, 

Que me pego, 

Que me seguro, 

Que me faz continuar e caminhar 

Seja diante das intempéries, 

Seja diante das tentações

Seja diante das fraquezas 

Ou diante das traições. 

É como devo prosseguir

É como devo caminhar 

É como devo ser 

Sem temer! 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Autor: Místico (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de Janeiro de 2021 20:28
  • Comentário do autor sobre o poema: Olá pessoal, deixo mais um pobre poema, escrito por um fraco escritor, que falta talento, mas sobra motivação.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 9

Comentários1

  • Terral 07

    Muito bom irmão .
    Parabéns.



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