Dezembro Frio

"Ela o amou, achando que ele fosse ficar, agora, seu rosto é, puro arrependimento, e jamais voltará a olhar para alguém, com tamanha devoção"

Lá fora neva
Tudo tão frio
Igual ao meu estado de espírito

Domingo
Nesta manhã de domingo
Verei meu amor se casando com outra
Mal consigo respirar
Dói tanto
Tanto, te ver, no altar
Esperando ansiosamente por ela
Que não sou. Eu.

Cara de enterro
É a minha cara.
Respiro devagar e profundamente
Trêmula
Com a respiração entrecortada
Me forço
Me esforço à olhar para você

Eu olho
Engulo em seco, com bolo formado na garganta.

Uma lágrima sorrateira, escapa dos meus olhos

E... Como se soubesse
Que estou lá
Olha diretamente em minha direção
Nem ouso piscar
Essa será a minha última vez, que o verei.

Te bebo
Em vários goles
E me engasgo
Com meus soluços

Olhando para mim
Sombrancelhas franzidas
Aposto, que deve está se perguntando, o porquê de estar aqui?. Afinal amores antigos
Se vão
Ah!;se vão! 
Ou, não?

Te encarando, com os olhos cheios d'água

Ego... Isso que nós separou.
Ego.

É com ele que vai casar, não é?

Por belos segundos
Teus olhos sobre mim
Tão rápido veio
Assim também, se vão. 

Barulho de sinos
Alarme falso
Meu coração
Acelerou
Não é comigo, que vai casar
Fita de isolamento pus ao redor

Em câmera lenta
As coisa acontecem
Em câmera lenta
Te vejo ir
Beijar
Ela
Casados
Espera, onde estou?

Meu inferno particular!
Estou congelada por dentro
Estou congelada!

Todos saem da igreja
Menos eu

A ficha ainda não caiu.
Qual rumo seguir?
Choro que nem sinto
Só sinto as lágrimas indo
Dezembro, nunca me pareceu tão frio

Oh!;o que farei?
Por favor! 
Por favor! 
Faça a dor parar. 

Metade de mim, morreu
Boa parte dela
Morreu

Eu já não sei, qual é o meu nome.
Eu só sei, que o perdi.
E nada
Nada, neste maldito mundo, poderá preencher esse vazio.
Tão maldito
Tão maldito

Eu quero tanto morrer
Quem sabe, assim a dor passe
Ou, não.
Eu te amo! 
Será, que, não ver como me mata?