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felipe?fernandes

Ofício

Perguntam onde está o brilho do meu verso
retrato da mais profunda insânia
a letra a exclamar a infâmia,
que a língua covarde canta ao inverso.

Começo dizendo que não há brilho
longe do brio, enfiado na penumbra,
É onde vive o poeta, no limiar da treva deslumbra
as questões temidas no exílio.

Acrobata das palavras, a mente implora
grita, clama por tudo expressar
Mas a linguagem é fera, Senhora,
difícil domar.

ofício ingrato, terrível fado
não importa quão bem escreva, a ponte só completa
havendo alma sóbria do outro lado.