Em que País estamos vivendo?
Em que paradoxo
Estão nos envolvendo?
Aqui, tudo está invertido:
O inocente
É condenado,
O culpado
Inocentado.
É indecente
Ver gente
De proa,
Costa larga de proteção,
Couraça de escudo,
Charfurdado na corrupção.
Não é fruto apenas de convicção!..
As provas são abundantes
E contundentes,
Com delitos comprovados.
Mas na ordem invertida,
Ao badalo
Do Judiciário,
A esse protegido,
Se faz cego, se faz mudo!...
Casos há, na Justiça,
Que excedem
Os preceitos da razão,
Pondo em descredito
A própria Justiça ,
Ao desnundar julgamentos
Escandalosamente morosos,
Que tanta contradição aponta,
E a inteligência
Nos afronta,
Exemplo do simulacro
De julgamento,
Um verdadeiro arremedo:
Para julgar
O Azeredo
Em primeira e segunda instâncias,
Comprovando a disparidade
Da gritante contradição
De procedimentos!...
Em contrapartida,
Em apenas seis meses,
Julga-se e condena,
Sem uma única prova
Que sustente a condenação
Ao escolhido
Para troféu lajatista,
0 ex-presidente Lula,
Tipificadas nas escusas manobras:
Atropelo aos prazos recursais,
Passando mais
De duas centenas
De processos à frente
Dos demais,
Para garantir
Em tempo hábil,
Do réu-- a condenação,
Culminando com uma série
De atropelos aos
Principios basilares
Da Lei:
Não garantia
Ao previamente
Sentenciado
Do juiz natural,
Relapada por rolo compressor
Ao princípio da imparcialidade,
Sonegação do direito
De defesa, ao maior líder
Popular brasileiro,
Com o propósito
De tirá-lo da eleição,
E o expor
À exacração
Pública com a pirotecnia
De sua prisão!
Este é o Brasil contrafeito,
Pejado de danosos precedentes
Aos quais , nos envergonhamos!...
Quem não lembra
Do \"deputado fujão \",
Correndo destrambelhado,
Com a mala de dinheiro,
Tentando escondê-la em vão?
E o \"mineirinho\"acusado
De dois milhões
Ter abocanhado
Dos irmãos Batista!
Sumiu. Está
Em profundo mutismo!
Agora é deputado.
Aquele do -- \"mantêm isso aí \",
O usurpador presidente.
Acusado de corrupção,
Fez tanto malabarismo
Para das denúncias
Da PGR escapar,
Correndo contra o tempo,
Dinheiro à mão
Cheia a esbanjar
Do povo brasileiro,
Afanando os cofres,
Comprando deputados
Com as famigeradas
Emendas palarmentares,
Da sua própria confraria,
A preço de se livrar
Das acusações incontestáveis
No Congresso.
Brasil, País do retrocesso,
Dos absurdos incomparáveis,
Do imponderável
Que só aqui acontece,
Onde inverte-se a ordem
Das coisas, e cinicamente
Afirmam que as instituições
Estão funcionando
De forma admirável.
Mas como?
Se põem atrás
Das grades inocentes,
E são em demasia severos
Com pobres, prostitutas, pretos
E todo tipo de miseráveis!...
Enquanto há alguns bandidos
Soltos, gastando aos bocados
A grana rapinada,
Sem que os rigores
Da lei os alcancem!...
A outros ,
Sem crimes comprovados,
A lei endurece,
Os miseros padecem
A mais acerba perseguição,
Implacavelmente caçados,
Molestados qual presa rara,
Cuja sentença exara --
Não ter provas.
\"Apenas \"convicção,\"
No novo Direito,
Com afeito,
Um enxerto
De anomalias,
Onde direitos
São usurpados
Todos os dias,
Num paradoxo
Da Justiça cega,
Que trata a uns --
Como adversários,
Lhes sendo inclemente!
A outros, os têm --
Como parceiros
Político-partidarios,
Sendo-lhes
Extremamente benevolentes!