Abel Ribeiro

Sofrer-dor

I

A dor de um ser

Pode não parecer

Não sente o não ser

Tenros corações a ver

No detalhe do gesto a ter

 

II

O Sofrer da ingratidão

É forte como um furacão

Como uma agulha no coração

A maior remada da grossa mão

Sufoca o choro de dentro da ação

 

III

Não há vida sem dor

No devir da sobrevivência

Ter vida indolor é aparência

Pero sim há o indolor

Amor que expurga dolência