Não conto o tempo nessa viagem,
Não sou mais criança, mas não envelheço...
Estou nessa estrada de passagem,
Minha história não tem fim nem começo
Não sou desrespeitosa nem atrevida,
Não invado os espaços de ninguém...
Só entro se sou bem recebida
Choro rios se faço o que não convém.
Meu coração ainda não compreende
O coração de alguns seres (des)humanos...
Astuto e sádico, outro coração prende
Sem se importar se lhe causou danos...
Meu tempo é contado em amor...
Não vou morrer, só mudar de lugar.
Se não consegui ser apenas flor
É porque não me souberam amar!
Os que feriram meu coração,
Por insensatez ou pura maldade,
Não precisam do meu perdão,
Peçam-no ao Deus de bondade!
Quando eu fizer essa mudança
Alguns, talvez até, vão chorar...
Com meu perfume na lembrança
A flor não podem mais tocar...
Se a flor e seu amor perecer
Longo tempo se terá passado,
Não será antes de renascer,
Seu caminho será lembrado.
Muitos ficarão tristes, sem ela
Mas a expressão de sua poesia
Acalmará deles as procelas,
Será bonança os seus dias.
Não sou mais criança,
Sou doce lembrança
De amor, sem cobrança...
Sou esperança!
Edla Marinho
21/05/2014