Nem toda dor é santa.
Ou acorda, ou acalanta.
Sempre derruba o corpo.
As vezes a alma levanta.
Encharcada de mofo.
Mas se a dor é tanta.
Aí já não compensa.
Pois quanto mais avança.
Mais engorda a descrença.
Nem toda a dor avança.
Por vezes ela estanca.
Nem mesmo toda crença.
Reserva recompensa.
Mas se ela nunca passa.
A dor que ultrapassa.
A nossa resistência.
É derrota que disfarça.
Uma eterna penitência.