Nosso amor era fonte
Tão bela e querida,
Que nossas almas
De luz inudou!...
E água cristalina
Do solo brotou,
E no chão
Da ilusão
A semente
Do enlevo
Germinou,
E a flor
De devoção
Com tanto carinho cultivada,
Era festa em alto relevo,
Revoada de pássaro a cantar,
O espaço infinito adejando,
Que de paz -- a alma serenou,
E irrigou
O nosso vale de amor...
Mas um dia,
Na invernada
Do vento
Do norte,
Crestou-me dos sonhos --a sorte,
E a fonte secou,
O desgosto em minha alma deixendo
Da ingratidão
De quem tanto eu queria!...
E a flor
Do tormento
Em meu coração
Se instalou!
Por maldade,
A flor
Da saudade
Meu peito feriu,
Só lembranças deixou
Do tempo em que da fonte
Jorrava águas cálidas de amor!
- E tu, Soraia, eras a luz
Que nosso amor iluminou,
E de repente,
No horizonte sumiu;
Eras a fonte de água cristalina
Que por descaso deixaste secar,
E hoje, tristemente
Termina
No olvidor
Da fonte da vida,
Que infelizmente
Secou!