Ema Machado

A cura...

 

 

Um pensamento paira abstrato

Sem sentido, tateia

Perambula pelo passado morto

Doente jaz o presente, neste ínfimo espaço

Um futuro, a cura anseia...

A vida caminha em celas, a inquietude nas veias

O sorriso, outrora aprisionado

Encara o medo sarcástico, que grita enfático

Rostos mascarados transitam

Nada se toca, toca-se do cuidado

Nas telas, não há mais remédio

Tudo, vai sendo consumido pelo tédio...

Só você, poesia!

Podes dançar na ponta dos dedos

Capaz de tornar-se melodia

Adentras o pensamento e seus segredos

Alcança, animas a alma em letargia

É cura para meus medos…

Sem você, minha companhia!

Pereceria…

Busco-a, ainda na barra do dia

Ao abrir a janela e aspirar o ar da manhã

Aves regozijam a liberdade em euforia

E o olhar, que a tudo capta

Recebe tua centelha guardiã

Abraço-me a ti, poesia!

És o remédio de todos os dias

Cura para quem te procura...

 

Ema Machado

16/12/20