REFLEXOS DO MEU EU
Foi alí que sempre estive como quem nada queria...
querendo tudo ao mesmo tempo
com uma falta de tempo incompreensível em mim.
Diante de tudo que desejava conquistar
e não entendia como lidar com um tempo
tão limitado quanto as folhas secas
de uma árvore em fase de troca.
Lá embaixo no rio da pedra
avistei um espelho natural numa sombra
que com o brilho do sol brilhava
e aquecia meus pensamentos
o que sempre me perturbava
Me sentei à beira do rio e contemplei-me vazio
e com as desilusões que em mim habitavam
e que faziam a escuridão
ser sombra em meu coração
partindo daquele solão
que tanto me atormentava.
E me conduzia a pensamentos
que me deixavam ainda mais confuso
diante do abuso de limitado ser
por um espelho d\'água
que permitia entender
o quão insignificante eu era
se comparado a toda aquela
imensidão de sentidos.
Àquele espelho d\'água que devo a minha vida
que antes dele estava sem guarida
e agora consegue caminhar
em direção a um destino
que em mim se permitira findar.
Percebi que era possível terminar
o que havia começado e
que tudo poderia ser mudado
se minha postura se modificasse
a partir de mim mesmo,
que diante daquele reflexo
tudo em mim passou a ser puro.
E diante daquele grande muro de impossibilidades
saltei para um infinito,
que se acabava dentro do meu próprio eu.
E assim, segui vivendo...
lutando e vencendo...
as atribulações da vida...