Não te vejo como um fim,
Mas como o início de uma nova luta,
Sem cura,
Volta a revolta,
E os pensamentos vazios,
De não te ter tido,
Minha filha,
Meu anjo,
Deixaste no meu peito,
Uma zaragata gigante.
Aqueles que te obrigaram a nascer forçada,
Serão julgados por os seus atos,
Quem por amor morre,
Por vingança mata.
Eles fizeram besteira comigo,
E senti uma dor de fininho,
Que nunca mais curarei,
Mas te guardarei,
Isto há de passar,
A mama vai ficar,
De volta ao seu lar.
Esta dor não me matará,
Nem mais escura me tornará,
Mas cada um sentirá,
Na pele,
Do que foram capazes,
Sem conseguir fazer de mim própria as pazes.
Não chorarei mais,
Não brigarei mais dentro de mim,
Dentro de mim e só o rancor,
Que me ofereceram,
Em troca de um falso amor.
Eles não sabem a dor que eu tive,
A dor de não teres nascido,
E de me terem colocado,
Restos dentro de mim,
Que eu levo para toda a vida.
Provavelmente ficarei infértil,
Ou talvez não,
Mas só quero que saibas,
Que estarás sempre no meu coração.