R.Capuano

Barquinho de papel

Fiz um barquinho com uma folha de papel,ele era frágil,e tinha uma oração escrita nas linhas,era de uma folha apenas,não afundou,acreditei,soltei o leme...Deus me guiou.

O mar o levou, rapidamente naveguei,no cais!meio amontoados ficaram os acenos, as rodas,o vento,o gato,também as ruas vazias,as viúvas os prantos as velas e as novenas,o penico sob a cama, onde o velho escarrava,e gritava pra Maria.

 Um piano e uma rosa,uma mulher que tocava uma canção de despedida.

Ficou uma mulher no cais, razão por todas as poesias... quase não a via,tímida por trás de um arco íris.

O barquinho foi embora, desapareceu no mar, minha alma quis voltar, logo entendeu...melhor ficar.