Jose Fernando Pinto

Não sou feito de papel

Não sou feito de papel. Sou construído de sonhos, em noites de amor intenso, momentos de felicidade, em lágrimas vertidas ao léu. É o tempo o meu professor, os dias e as noites são as minhas lições, minhas ilações acerca da vida.

 

Não sou feito de papel, mas carrego na pele as marcas do mundo, das dores sem fundo, momentos e tormentos cravados em minh’alma. Não sou feito de papel, porque eu sangro, quando sou ferido, quando estou perdido, quando estou amando.

 

Não sou feito de papel, aliás, o papel não suportaria metade do meu sofrer, se de papel eu fosse feito, não poderia sobreviver. Sobreviver às derrotas, as noites de solidão, nas vezes que fui ao céu, naquelas que fui ao chão. Sim, muitas vezes eu caí, outras tantas me levantei, algumas vezes eu já morri, em outras ressuscitei.

 

Não sou feito de papel, mas resisto às tempestades, resisto ao vento e a melancolia, algumas vezes a saudade. Não sou feito de papel, sou construído de sentimentos, de amor e de poesia, do teu sorriso que me desperta, me alimenta de alegria.

 

Não sou feito de papel, sou construído nas estações, em dias quentes e noites frias, em cada inverno, cada verão, em cada outono ou primavera, em cada tarde de aquarela, em cada estrela que brilha a noite, reacendendo meu coração. Não sou feito de papel, sou feito de emoção!

 

Jose Fernando Pinto