Olhando pra dentro de mim
E ver se restou algo mais
Sem querer crer que é o fim
Do sonho de ontem, lindo demais
Me acostumei a sorrir
Amando a noite e o dia
Sem pensar que me ferir
Pudesse minha própria poesia
Repito o que muito já ouvi
Em diferentes ocasiões
Podemos chorar ou sorrir
Conforme as interpretações
Poesia é flor delicada
Plantada na vida da gente
Quem lê oferece à amada
O que na alma todo o poeta sente
Às vezes a rima é certeira
Como uma lança aguçada
Torna feliz uma vida inteira
Ou uma saudade amarga e danada
Sem conhecer o coração
Onde o verso há de pousar
O poeta supõe que então
É só falar, declamar, cantar e rimar
Poderá dos olhos de alguém
Alguma lágrima arrancar
Pois, poder a poesia tem
Do mais ímo, profundo, vasculhar
Poeta não é dono de nada
Apenas escreve suas poesias
Consegue em linhas rimadas
Fazer feliz, de novo, vidas vazias
Outras despertam tristeza
Choro e melancolia
Disso faz parte a riqueza,
Poder e nobreza que tem a poesia
Pra uns a vida é simples demais
Já à outros é mais complicada
Não são todos os dias iguais
Como não o são as poesias geradas
Não são as pessoas iguais
Sendo nós hoje sete bilhões
Umas sorriem \'té fácil demais
Outras sofrem ao sentir emoções
Qual o papel do humano poeta
Frente à essa desigualdade?
Tem quem diz \"a vida não presta\"
Outro diz que tudo é \"mó\" felicidade
Ao meditarem em nossos versos
Podem mudar suas opiniões
O que sorria chora num reverso
Quem sofria sente fluir sensações
Por isso me fecho no quarto
Pego caneta e maço de papel
Digo em oração quanto sou grato
Por ser, imagem do Deus do céu
E rabisco poesias naturalmente
Pedindo ao Espírito para as levar
À sete bilhões de almas carentes
Creio que muitas eu irei alcançar
Me perdoem pessoas que magoei
Se fiz bem, não precisa agradecer
Quando no mundo poeta me achei
No melhor eu pensei pra vos escrever
F I M