Helio Valim

Subúrbio da infância

 

Suburbano de alma,

suburbano raiz

não escondo o que me amalgama,

nem ouço quem apenas se diz.

 

Lá não estou mais.

Hoje, não moro no subúrbio,

mas esquecer não sou capaz.

Das lembranças sobraram murmúrios

que relembro em paz.

 

Jogava bola de gude no triangulo,

soltava pipa no terreiro,

de rolimã toda ladeira descia,

e as férias eram só alegrias.

 

A memória não esquece

daqueles momentos de moleque,

vivendo a perdida inocência,

sem qualquer consciência,

na lembrança do subúrbio da infância.