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Luiz Otavio

Soneto ao Inverno

 

 

Vossa grã gelidez me é comprazente!

Da soberba vossa, suma é a felícia,

O poético frio quão belo e dolente

À mor virtude mutar-se-á em carícia.

 

Ao verão, irrompem-se falácias frívolas,

Desvalendo a lírica vida hiemal,

Mas, as priscas verdades, proferi-vo-las,

Enquanto desdenho o calor animal.

 

Que perpétua fosse vossa abrangência

Para perene ser a alegria minha

Em receber-vos gelo enrijecente.

 

A glacial poesia palra com veemência:

Sem opção, adviremos a vossa linha

E vos esperaremos novamente!