Não estaria o homem
tão oprimido,
tão apequenado,
comparado à sua obra?
Poderia sonhar a liberdade,
estando acorrentado
a seus monumentos,
seus marcos e marcas?
Essas crias magníficas
crescem, desordenadamente,
devorando o céu, a vida idílica
o homem e a sua mente.
Não há limite para a ganância,
para essa especulativa ânsia.
Não há limite para essa loucura,
que o obriga à amargura.
Sem nenhuma alternativa,
busca amenizar a existência cativa,
disfarçando suas torres de metal,
cobrindo-as com brilho artificial.
Reprimindo emoções,
nesses estranhos monumentos
de vidro, aço e ilusões,
tenta aplacar seu sofrimento.
Acreditando apagar da memória
sua miserável vida inglória,
busca fugir da realidade
perdendo-se em insanas cidades.