JUCKLIN CELESTINO FILHO

CONFIDÊNCIAS DE UM EX-PRESIDENTE (30/12/17)

Sei do que me chamam.

E de mim muito reclamam.

Pouco me importa 

Tais adjetivações ,

Elucubrações 

Apenas à minha pessoa ,

Que continua integra!

Não manchar-me ão 

A imagem, o deblaterar

Em vão 

De um palavreado 

À toa!

Sou o que  sou,

Porque sou,

Sem uma vírgula  retirar,

Ou acrescer

Ao meu nome.

Basta a senda

Do meu 

Trilhar 

Politico proficiente,

Para se enterver

Que em mim,

Já nasceu

Pronto. 

Sou desses

Que, se pudesse 

Não me aventuraria;

Se me aventurasse,

Continuaria;

Se tudo  desse errado,

Não lamentaria.

Afinal, por que tentei

Aventurarar-me leso e tonto,

Em louca empresa,

Sem ter a certeza 

Que êxito obteria ?

O fiz, não me arrependo,

A procência  tendo,

Que não se abre uma porta,

Em seguida,

A fecha,

Quando o destino

Toca a flauta!...

E esse flautista 

Do portal do tempo

Disse-me :Vai! Não demora. 

É  sua hora!

Não deixei passar 

O cavalo selado:

O \"vice decorativo\",

Se fez presidente !

Até sorriu 

Aos buchichos,

Às  perguntas mudas,

Ou nos vãos

Das portas gritadas:

Quais são 

As obras por  mim,

Edificadas ?

Que deixei, assim,

De legado

Como presidente?

A confluência 

Do tempo dirá mansa , 

Alegre e contente,

Inserindo-me no ror

Dos grandes homens:

Que estadista

Teve o Brasil !

Direis vós, tolos e piegas,

Que grande ironia!

Vo-lo rebaterei:

Não se abre uma porta,

Em seguida, 

A fecha!

Não se deixa passar

O cavalo selado!