FAMIGERADO AMOR
Se amássemos
o tanto que
falamos do amor:
o mundo vivenciaria melhores condições de vida: tantos estilos;
tantos ritmos;
tantas formalidades;
informalidades, então...
Cores não tem, mas, às vezes, até coloridamente
é possível de se amar também,
ou, ao menos cantar
esse tão famigerado amor...
que, pelo que tudo indica,
esse tal “desconhecido”
é bem pouco “entendido”:
palavra tão pequena, que pode tornar uma alma plena.
Se amássemos
o tanto que
falamos do amor:
as pessoas não seriam tão cruéis umas com as outras... tanto ódio nos corações e, quando observamos, são nos corações de quem fala tanto, canta tanto e, sem sequer perceber, se põe numa redoma autocriada para seu próprio engano... o amor...
Famigerado amor nosso, que nos engana, para enganarmos a outrem. Será que o mundo seria melhor se não existisse esse tal “desconhecido”? Porque se ele não existisse o seu antagonista também não nos afetaria: “ai, que ódio que tenho de você!”
Amamos “odiar amar”, pois, no ódio esse tal “desconhecido” vai se revelando necessário; vai tirando muita gente do “armário”; vai nominando quem por muito tempo ficou no anonimato; jogado no mato; morrendo em solidão, querendo gritar para aparecer, mas, amordaçado, não tinha muito o que fazer.
Odiamos tanto
que o amor
mais parece
uma “arma de engano”.
Se assemelha à confiança,
que, de tão creditada, serve para propagar o mal
fingindo estar promovendo o bem, por “amor” ao próximo.
E, no fim de toda essa frenética,
e mórbida ilusão, seguimos nos enganando,
cada um com o seu tal “desconhecido” no coração...
Se amássemos
o tanto que
falamos do amor...