Ainda que o desprezo pareça nessa queda a minha sina
mesmo sentindo ainda o gosto do impacto e o peso do chão
um lampejo: o que é perene não poderia ser esse frio torpor
Desse corpo dilacerado, quase morto e digno de dó
O que cega e entorpece é a ilusão que me fere a retina
quando a dor solavanca e apunhala inclemente o coração
percebo o que me prende na tristeza: não pode ser amor
Sublime amor que se faz luz para o ressurgir do pó
Abstenho-me da vingança, salvaguardado na fé rediviva
agora é resignação, meu melhor sentimento suplica
momento mágico, o que era maldição é restauração
no enfrentamento dos desafios da árdua lida, assunção
sinto a brisa, paredes do abismo que me correm verticais
Sublimado voo, céus, estrelas, luz de oportunidades astrais