Sobreira Rangel

Fantasmas

Hoje eu acordei disposto

A lavar o ruge do rosto

Hoje eu abri a porta

Dessa sela fria e morta

Hoje chorei em cristais

As dores ancestrais

Pra que a luz distorcesse

Da alma a escuridão

E apagasse da memória

Resquícios dessa prisão

Mas os meus fantasmas

Ainda rondam o portão

Ainda rondam o portão

Ainda rondam o portão

Ah! Os meus fantasmas

 

Hoje reguei o jardim

As flores murchas e o capim

Hoje acenei aos Deuses

As nuvens caíram do céu

Carregadas de alusões

Palavras e orações

Espalhadas sobre a mesa

Junto ao vinho e a incerteza

Que trás nos passos o pó

Da duvida e do medo

De só haver no homem

Paz e desespero

Paz e desespero

Paz e desespero

Ah! São só fantasmas