Não aconteceu num palácio dourado,
Mas, na vila de Belém em um estábulo.
O Messias, profeticamente anunciado,
Fez da Casa do Pão um celeste cenário.
Ao seu redor estavam os seus pais,
Sábios do Oriente e dóceis animais.
Noite inaudita, noite de santa paz,
Prova do amor que não acaba jamais.
Os anjos, alegremente, entoavam louvores
Ao Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Nos campos celebravam-no os pastores,
E de Jesus exalava o perfume das flores.
Num cocho de madeira dormia o Emanuel,
E seres da terra miravam a visita do céu.
Depois daqueles dias o menino cresceu,
Venceu as trevas e a morte o Filho de Deus.
A bela e bendita poesia divina-humana
Não era fruto do que dopa e engana,
Mas da compaixão que salva e sana,
E, pelo perdido, o próprio sangue derrama.