Vez ou outra alguém me desafia
a fazer um bolão, apostar na loteria
a brincar com sabão e enfrentar a água fria
a contar uma história triste para evitar que eu sorria
ou escrever um rap como o da periferia,
como não sou afeito a desafios
prefiro responder com os meus desvarios
talvez jamais responda com maestria
com violência ou palavrão, eu não me atreveria
então eu sempre lanço mão da boa e velha poesia
eu aponto a caneta, afago o coração
e numa folha em branco eu rabisco fantasia:
era uma vez um passarinho que com seu canto me encantava
quando o dia amanhecia!
Jose Fernando Pinto