Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Aonde está o palhaço, que me fazia rir ?
Para onde foi, o circo, que a tempo sumiu ?
E os trapézista, que fingia que ia cair ?
E os mágicos, que procuro e ninguém viu
Quem andava na corda bamba, aonde anda?
Me diga que fim levou, aqueles equilibristas ?
Quero poder pipóca comer, escutando a banda
E vendo no globo da morte, os motociclistas
Sonho, com os mágicos, seus truques aprender
Que diabos, para que inventei de um dia crescer
Se perdi, toda a infância, e não posso retroceder
Não posso sonhar, nem fazer o passado reviver
Que lástima, como somos ignorantes, e crescemos
Que bom se pudesse um dia, inventar uma maquina
Para me levar de novo a ser criança, feliz, traquina
Mais isto jamais acontecerá, pois somos o que somos
E se um dia Deus, vai mesmo fazer os mortos renascer
Juro que nunca vou querer de novo chegar a envelhecer
Quero ser, eterna criança, adulto, não fico podes crer
Serei, no picadeiro da vida, quem nunca vai querer crescer...