O teu jeito de falar a mim baixinho
tem sabor de vinho e descaminho
quisera eu ter poder de explicar;
Um copo raso, meia taça... entretece
transborda a borda, sutil, me enrijece
adocicado me apega ao paladar
Ouço a canção. A melodia espairece
Antes que possa dizer, me desfalece,
na pele, o toque leve, com carinho
no jardim sente, o perfume em mim
mais que um sonho um tempo sem fim
ao longo do corpo descobre o caminho
No desejo de cantar, caso quisesse
nossa canção, num poema, pretenso
os beijos e acoites, a mão atrevida
eu só queria, amor, que tu soubesse
do ilusório quanto de verdade eu penso
em cavalgar por essa estrada colorida
Não sei porque queria que soubesses,
soubesses a alegria de poder sentir
teus lábios roçarem meus ouvidos na manhã
e na beleza dessa hora o sol obedece
espera mais um pouco antes de surgir
como teu rosto na janela viva de um ecrã
Eu queria que tu soubesse mas não sei
porque eu queria que de mim soubesse
Embora eu soubesse, pela sua alegria
com ar de satisfação, me empolguei
no exato momento que tudo acontece
mesmo sem saber que era oque tu mais queria