Eu nunca soube cantar, aliás, costumo dizer que não sei cantar, nadar ou voar. Ainda assim vivo voando, parece até que saio do meu corpo, me desligo de tudo e saio pelo mundo a sonhar. Conheço mundos distantes, canções dissonantes, histórias delirantes que me recuso a contar.
Se não sei voar, não saber nadar não é nenhum demérito, respeito o mar, mas prefiro a terra, a firmeza para os meus pés quando estou no chão. Não sei nadar, mas conheço sereias, ilhas inteiras rodeadas de mar.
Sem saber voar ou nadar, cantar seria maravilhoso, mas eu ainda não sei, mesmo assim arrisco canções, diversos refrães que acompanham meu dia. Melhor seria se eu fosse cantor, com minha voz espalhasse o amor, a alegria que as canções podem proporcionar, ah que bom seria.
Bom, mas bobagem é lamentar, não sei cantar, não sei nadar, não sei voar, por isso me atrevo a fazer versos, escrevo o que sinto o que penso o que sonho. Um trovador moderno talvez, um contador de histórias, um arquivo das minhas memórias mundo afora.
Bom, deixemos pra lá, se por acaso passar por aqui e me ouvir a cantar, não estranhe, pode até acompanhar a melodia, talvez seja apenas a poesia que eu estou a desenhar.
Jose Fernando Pinto