Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Saudade que corta meu peito
Ao me lembrar da vida na roça
Fico aqui pensativo sem jeito
Recordando a velha palhoça
Lembrando do plantio de feijão
Da colheita feita, do milho verde
Do arroz colhido e socado no pilão
Tanta lembrança que até se perde
Não tinha luz, nem tv, geladeira
Hoje parece até uma brincadeira
Lembrar o pão feito ali em casa
Comer com queijo assado na brasa
O leite então era uma gostosura
E comia nata sem temer gordura
A gente se divertia tanto até
Com o coçar do bicho de pé
E as festinha que se fazia então
Com pipóca amendoim, quentão
Doce de abóbora, goiabada,
Era uma festa muito animada
Manteiga a mãe também fazia
Carne de porco frita, ficava na gordura
Linguiça feita em casa, com fartura
Frango, polenta, nada dava azía
E a noite sentava no terreiro de café
Olhava o luar, as estrelas , tinha-se fé
A música caipira, tocava o coração
Éra tempo feliz... eita como era bão ...