Hoje é um dia de tratar do meu dente desconforto na cadeira do dentista
Quando se aproxima a sua assistente
com o estojo,em aço, de anestesista.
Disfarço lembrando dos meus poemas
que os compus , num diferente recinto
Falando de amor, e sofridos dilemas
Qual a dor no braço, no coração eu sinto.
Ambos os casos tem uma semelhança
O ambiente dará sua espiritualidade
Um me faz sorrir, com mais confiança
o outro, às vezes, faz chorar de saudade.
À assistente na mais pura inocência
não permito notar o meu sofrimento
Faz seu trabalho com muita paciência
então algo me comove nesse momento
Não que o poeta seja um ser insensível
ao contrário, ele age, ingenuinamente
escreve poemas , de forma dubitável
assim cada leitor reage como se sente
Mas a assistente, jovem e dedicada
primeiramente mede minha pressão
Pra não acontecer de numa parada
dar um piripaque em meu coração
Como não tenho esse útil artifício,
uso papel e caneta, vivo de inspiração,
melhor que cada um siga seu ofício
e à meus leitores, humilde,peço perdão