Marçal de Oliveira Huoya

Fuga

Quando anoitecer,

E a alma abandonar meu corpo,

Cansado e insatisfeito,

Percorrerei a noite,

Procurando por teu sonho e sua alma fugitiva,

Do mesmo modo;

Algum vigilante insone,

Algum anjo casual,

Flagrará nossos sorrisos do encontro inconsciente;

Nos amaremos em silêncio, na escuridão,

para que ninguém nos julgue,

ou nos aprisione, ou nos castigue,

O Amor nos purifica.

Assim,

Quando a manhã chegar ,

E chegará depressa,

Cegando nossos olhos,

Lembrando nossa fuga,

Retornaremos aos nossos destinos,

Antes que dêem por nossa falta,

Cheios de temor e ansiedade,

Para que a noite volte brevemente...