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Marcelo Veloso

DIA TRISTE

Dia triste!

Entre vírgulas e aspas,

o degenerado proceder incivilizado

investe impetuoso  contra a razão,

o respeito e a liberdade.

 

Dia muito triste!

Entre números e gráficos,

a simbologia vergonhosa da tortura

não mede conseqüência

e dá vazão à sua lógica esdrúxula.

 

Dia extremamente triste!

Entre sinais e gestos,

exibe-se o peso do amordaçar

impondo uma postura sagaz

de criaturas abomináveis e asquerosas.

 

Dia marcadamente triste!

Entre exclamações e interrogações,

a brutalidade racista expõe suas garras

e as artimanhas pra ilibar o ato belicoso

causa entojo e muita repugnância.

  

Dia que não precisava ser triste!

Entre imagens e sons,

a sensibilidade humana

poderia ser uma esteira límpida

para que a vida seja estimada e aceita.

 

Dia que se pensa em minimizar o ato triste!

Entre falas e mensagens,

que a ação não seja mascarada

para que não paire dúvidas

sobre para que lado a justiça pende.

 

Dia, então, de refletir sobre o “dia triste”!

Entre conceitos e sinônimos,

que a segregação seja extirpada

não pelas anomalias de vieses retumbantes

mas sim, pelo amor excelso, vivencial.