GOSTO DAS COISAS DA MINHA TERRA
Gosto das coisas da minha terra...
da terra que me dá guarida...
da música ao filme...
e o teatro também...
do que representa o belo (básico) da vida: da vida que gosto de viver livremente.
Que, intensamente, toma todo o meu ser...
Que viver
jamais me seja ausente
do direito
que sempre me disseram ter.
Das matas onde morei poucas coisas me vêm à lembrança...,
mas no peito uma sensação me acalanta:
que nem um erro me permite externar
a zombaria dos povos cruéis,
que dizem lutar por justiça,
por igualdade e liberdade sociais...
me remetem às lembranças passadas de...
— Tudo aquilo que ficou para trás(...)?
— Que nos lugares que vivi,
e também os que passei,
jamais um dia poderei voltar
a viver, DE NOVO,
tudo que já vivenciei.
Que as verdades não extingam a vida...
do tudo que ainda é possível de se viver...
Que as mentiras...
não nos tornem incapazes
de enxergar o sentido das coisas...
o sentido do SER...
que na morte não se confirme o viés
que de nada
adiantou-se (desistência)
lutar...
amar...
As coisas da minha terra querida
eu jamais esquecerei...
do que dá sentido à vida
também não me afastarei...
Seguindo sempre o oposto do errado
e ao redor daquilo
que sempre o foi (existência)
sentirei saudades
um dia
das coisas que em minha terra vivia,
e que hoje só saudades restou...
— Saudades de quê?
— Passou...
foi apenas um sonho...
e tudo lá ficou...
— E hoje em dia?
— Não consigo mais a sua existência encontrar...
Presenciar;
Viver;
e chorar...
— Pra que chorar...?
— As coisas da minha terra se foram e nada pude fazer para (evitar) aproveitar um pouco mais, pois, do tempo não detenho o poder. Me emocionar (talvez) também não irei mais!
Pois, as coisas da minha terra querida ficaram para trás.
— E hoje?!
— Eu já entendo...
eu já sei...
que tudo que em nossa vida ocorre serve...
— Acontece, simplesmente, ao seu tempo...