Náufrago do Amor
O tempo…
É como um rio!
Que desagua a ribeira do mar
Em suas águas correntes
Fazem-se amiúde
As pedras contornarem!
Fez-me pressupor
Em meus sonhos de amor
Que um dia o coração atracou
Muito antes mesmo de chegar
Ao porto (solidão)
Desencadeou deixando-se a naufrágio
Meu sonho de amor!
Nem mesmo o próprio Shakespeare
Com seu poderio a encenação
Fez mudar um coração
Destinado a naufragar
Ficando meu amor
Submerso ao mar!
Fez descontinuar
Meu sonho de viver
Um coração fantasiado de amor!
Teve a minha alma destragada
Pelo súbito náufrago de amar.
_ Ernane Bernardo