Romárico Selva

Velhice.

Decrépita e maldita velhice

Faz o homem voltar a ser criança

Retomar o seu passado de tolice

E ver a morte como última esperança.

 

A pele, antes lisa,

Torna-se áspera e enrrugada

O vigor não mais se realiza

E o homem torna-se fera alvejada.

 

Perde-se então o carinho dos filhos

Que traçam suas vidas em novos trilhos

Sem lembrar de quem nunca os esqueceu.

 

Mas a cada dia têm uma nova vingança

Pois nem mesmo a mais nobre criança

Conhecerá o que um velho conheceu.