Romárico Selva

O mal soberano

O pecado, Senhor, nos deixou cega a visão

A dúvida, sua primeira filha, nos deu o medo de presente

Então veio a ganância, alegre e sorridente

De braços dados à inveja e a traição.

 

Imponente veio então a vaidade. Em oposto

A ela veio a gula. A cobiça: da miséria mãe tu és.

O prazer carnal cultivou todo planeta a seus pés

E a arrogância se infiltrou em cada rosto.

 

O luxo escravizou muitos de teus filhos,

O ódio enfileirou imensos trilhos

Que levaram a perdição toda humanidade.

 

Afasta-nos pois, Senhor, de tais males que nos consomem

Pois o orgulho e a ânsia são o abismo do homem

E o desejo é o pai supremo da maldade.