Maximiliano Skol

ENFADO

Não vou pra lua olhar, nunca, jamais.

Não sinto mais prazer nessa atitude,

Que seja a lua terna pros casais

No emblemático ardor da juventude.

 

Não vibro ao sol poente co\' os demais

Que veem seu esplendor em

beatitude,

Tampouco o sol nascente atrai-me mais

Do que a noturnal negra amplitude.

 

Tudo o que vejo sempre existirá,

Tudo é cíclico e sempre assim será.

Eu, efêmero, vejo por instantes

 

O que são tidos como fascinantes,

Não mais me prendo pelos meus sentidos

Que, pelo enfado, estão entorpecidos.