Chega um tempo
Que não há mais tempo.
Tempo
De abraçar,
De beijar,
De perdoar,
De conquistar,
De reconquistar,
De visitar,
De presentear,
De ser o presente,
De estar presente,
De ir e depois voltar,
De telefonar,
Para a voz escutar,
De dizer muitas vezes: “eu te amo”
Não só em aniversário e fim de ano...
Chega um tempo
Que não há mais tempo
Fecha – se a cortina
Do grande teatro da vida
Quem amamos parte
E a gente fica
E ninguém explica
A dor que sufoca o peito
Pega-nos de um jeito
Que faz homem adulto chorar
Sobre caixão debruçar
Esposa querer morrer
Marido não se perdoar
Filhos sofrerem
Amigos se arrependerem
Então,
Enquanto houver tempo
Aproveite cada momento
Faça sempre mais:
Mais abraços,
Mais perdão,
Mais beijos.
Provoque mais situações
Para dizer eu te amo,
Para fazer mais visitas,
Para trocar mais sorrisos.
Surpreenda mais o cônjuge
Brinque mais com os filhos.
Com os pais mais atenção,
Para os amigos
Mais tempo na agenda.
Viva a vida assim
E não se arrependa
Porque chegará o dia
Sem alento,
Em que não haverá mais tempo.
Pedro Trajano de Araujo
13 novembro 2020
Penápolis SP