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Adrian Nilo

Osicran II

Como Narciso, estou a contemplar a criatura no espelho do rio

Mas diferente dele, não estou contemplando minha infinita beleza, a qual não possuo

Tento ver algo mais, ver minha alma.

Ela repousa,

Dorme na margem do rio, do lado contrário ao meu

Ao me ver, ali observando-a

Chama-me, mas não consigo ouvi-la

Estica-se, mas não consegue me tocar

E então geme, mas não consigo consolá-la.

É nítido seu sofrimento, por não conseguir se libertar 

E eu também choro,

Meu corpo ainda não é seu lar, precisa transcender, para te abrigar.