Era, uma vez
Eras, o solo à minha espera
Nele finquei minhas raízes
E ainda semente, eu era...
Cresci, frutifiquei, éramos felizes
E no passar dos dias
Esqueci até do que sonhei...
Eras o tudo, que a mim nutria
Sem me dar conta, de ti me alimentei
Eras o sol que me aquecia
Teus desejos eram outros
Invadiu o inverno, de frio morria
E o solo, aos poucos enfraquecia...
Eras, te tornaste o deserto, de sede eu morria
Por sorte e do vento norte
Morreu tudo o que aqui me mantinha
Não há mais raízes ou morte
Não há solo, tornei-me pássaro
Voo sozinha...