Junto ao moinho de vento
desativado à tanto tempo
construí o nosso castelo
Por ser local centenário
dava um aspecto lendário
de ser um reino forte e belo
Trinta metros mais abaixo
onde passava um riacho
com uma tábua fiz a ponte
Tipo aquela levadiça
puxada com corda maciça
ligando o campo e o monte
Na torre que se erguia
fiz a guarita do vigia
e dispensei-lhe toda confiança
Uma capela, meu aposento,
um armazém para o alimento
e um salão para a festança
Rodeado de flecheiros
e dos mais hábeis arqueiros
tipo castelo medieval;
diante de qualquer perigo
punham em fuga o inimigo
que embrenhava no matagal.
Tudo estava preparado
pra coroar o meu reinado
minha rainha fui buscar
era em plena primavera
lutei com terríveis feras
mas, enfim, pudemos nos casar
As bodas duraram dias,
bebidas e muitas alegrias ...
um reino de pura felicidade
Fantasias de toda criança !
E quem nunca brincou na infância
imitando a realidade ?
Mas nem tudo é imitação
como vemos na ficção
acontece na nossa realidade
surpreso, assim, de súbito,
sem desconfiar de um súdito
tomado fui pela infidelidade
O castelo desmoronou,
em ruínas se amontoou,
num reino sem soberania;
range triste hoje o velho moinho
sem reino, na ponte, caminho,
por ali ela se foi...com o vigia