Tenho um poema completo
Saindo das minhas entranhas
Palavras e frases convergem
Em rimas e versos
Tem um sádico dentro de mim
Que me espreita do alto
E devora este sonhador
ri dos meus atos
Até ficar frouxo
Sabe que sou insano
E que não tenho medidas
Por isso sempre se afasta
E eu com receio, também recuo
Há um artista medíocre que habita em mim
Junto com o insano, é claro
Ambos convergem entre si
Em uma perfeita tocaia
Produzem diálogos chulos
E reforçam nas metáforas
Tornando o caminho incerto
Desta feita, e sob tal sortilégio
Caminhava eu por um beco
Dei-me conta que minha sombra
Não mais me acompanhava
Sentei-me e chorei copiosamente
Nunca estivera tão só
Nesta minha vida, tão ímpar
Existe um poeta se formando
Dentro de mim
Assim como um pêndulo
Oscilando
Ora pra cá
Ora para lá
As vezes foge em disparada
Porém, sempre oscilando.