Ema Machado

Luzes...

Luzes...

 

Não muito longe, quando a manhã se levanta

Passarinho, canta para mim!

Teu cantar acalanta

Não sei, cantar tão sereno assim...

À tarde, quando o sol arde e o cansaço já invade

Sinto na pele, suavemente beija-me a brisa

Beije-me brisa, seja meu refrigério da tarde!

Porém, nas folhas percebo, já está de saída...

Volto a debruçar o olhar no horizonte

Quando a tarde se vai, linda, vestida em dourado

Despeço-me do dia, vê-lo ir emociona-me

Tanta beleza, aos olhos parece pecado...

Envolto pelo véu negro da noite, o sono tortura

Recebo o açoite...

Pela vidraça olho o céu, a lua. Clara e nua...

Anseio a luz divina, a única que não parte...