RafaNunes

Debate de dualidade

? - O homem:

Dirigia minhas vistas aos mundos da

Região anárquica a qual nomeei de casa

Até para as finitas vértices do vento.

 

Sentia aquelas almas, ligadas ao óbolo,

Numa canção no qual tua melodia

Nascia num sentido extraviado.

O santo véu de perdição e teus templos

Cárneos afundados no mais puro ódio

Solar.

 

Perguntava, da corte de Europa ao mais

Esquecidos abismos de vosso cosmo:

\"Se há algum vigia, mandai tais réplicas

Que meu ser tornou-se tão fanático.

Qual há de ser meu destino senão as 

Presas vorazes do oblívio?\"

 

E caia, como a chuva, duas células

Distintas de mente e núcleo. Trazendo

A sabedoria que nasceu no ventre

Andrógeno do celeste.

 

 ?? - O anjo:

Ouço relatos do coração de um mundo

Morto. O chorar desde as ruínas, e até

Clamores da natureza.

Questionas o destino do universo - 

O mar de aspecto sanguíneo que

Tem seu tom rubro refletido na mão

Dos maléficos.

 

Criara em seu ápice de temor uma vã

Cegueira ao caminho virtuoso.

Essas são as cinzas do Éden.

Carregue o fardo do questionar até o 

Fim e veja no alcantil das estrelas - 

O descanso o qual sempre há de ansiar.

 

 

? - O demônio:

Olhai a existência no império do Sol - as marchas infinitas grudadas na esperança. O reino de Lua em que os

Ventos convergem ao terror e silêncio

De morte.

Encontras na tua luxúria, como fênix, 

Um ressurgir dos desejos - estes que 

Rodeiam os pecados, rodeiam a tua 

Fértil presença na vastidão vazia.

Matai Hórus para renascer em ruínas. 

Apenas no caos tu há de saciar o 

Indago.