Marcelo Veloso

CALA-TE. CONSENTE!

A ida e vinda altruísta e atilada

traduz no temporal de paixões morbosas

a incivil atrocidade de mutilar.

 

O ensaio terso de um passo lhano

produz no temporário das reações

a esperteza fruível do cobiçar.

 

A protuberância torpe de um abastado safardana

simboliza uma freqüência inóspita

que o faz reverenciar-se indelével.

 

E seguindo uma história poluta

fincada nos memoriais do soslaio

eviscera o desejo insano do possuir.

 

Contados os dados rumo à torpeza

passa-se à situação do recriminar

para assim poder, locupletado, dissuadir.

 

Então o ilícito insuprível cometido

passa a ser uma destoante querela

que não se firma viripotente.

 

O singular entrópico feito oficiado

utiliza-se de um verborrágico postulado

defenestrando a lida, paliando seu liame salaz.

 

E no final, o possuinte togado do donativo legal

sem qualquer compunção, debulha o triste derruir forense:

- Por favor, cala-te. Consente!