Kailany Panerai

Deu saudade

E no verde do meu pampa, que vivo desde criança

Meu peito arde em solidão

Do ponteado de uma gaita de botão

De um baile pra dançar colado

Ao teu lado.

 

Meu chimarrão, já nem tomo mais

Minha tradição enfraquece 

Da falta do contato.

 

Meus versos tão ricos nas rodas de cantigas 

São abafados por uma máscara

E por onde se passa meu povo nem me reconhece mais.

 

Tantos meses longe do meu CTG

Da minha segunda casa

Meu coração se carrega de mágoas 

 

Ao aguardo de cevar um mate 

Junto de meus companheiros missioneiros 

Que de milongas abaixo do mau tempo, nós entendemos 

E podemos dizer

Amada me deu saudade.